Ainda Estou Aqui
Em Ainda Estou Aqui, Marcelo Rubens Paiva narra, com sensibilidade e coragem, a trajetória de sua família marcada pela violência da ditadura militar e por dramas pessoais. O autor resgata a memória de seu pai, Rubens Paiva, deputado cassado e desaparecido político, e homenageia sua mãe, Eunice, que enfrentou com força e dignidade a criação dos filhos e a perda do marido. Paralelamente, relata seu acidente que o deixou tetraplégico, revelando sua luta pela reinvenção pessoal. A obra é uma tocante reflexão sobre memória, identidade, resistência e amor, comovendo e inspirando leitores profundamente.
GENERO: DRAMA


Ainda Estou Aqui - Um livro de Marcelo Rubens Paiva
Uma memória que atravessa o corpo, a família e a história de um país
“Ainda Estou Aqui” não é apenas um livro; é um testemunho tocante, intenso e corajoso sobre a perda, a resistência e a reconstrução de uma identidade despedaçada pela violência política e pela tragédia pessoal. Marcelo Rubens Paiva, conhecido escritor brasileiro, abre as portas de sua história mais íntima para narrar a vida da sua mãe, Eunice, e de toda sua família, atravessada por uma das maiores feridas da história do Brasil: a ditadura militar.
O livro é, simultaneamente, uma crônica pessoal e uma radiografia emocional de uma geração que viveu sob o medo, a repressão e o silêncio. O autor intercala dois dramas que marcaram profundamente sua trajetória: o desaparecimento do pai, Rubens Paiva, e o acidente que, anos depois, o deixou tetraplégico. A costura entre esses dois eventos cria uma narrativa comovente, que transcende o relato familiar e se transforma em uma reflexão poderosa sobre memória, identidade e resistência.
O pai desaparecido: um crime de Estado
Rubens Paiva foi um importante engenheiro, empresário e político brasileiro. Deputado federal cassado pelo regime militar em 1964, envolveu-se com a oposição clandestina à ditadura. No dia 20 de janeiro de 1971, foi preso por agentes do Exército e levado para o DOI-CODI no Rio de Janeiro. Nunca mais foi visto. Até hoje, seu corpo não foi encontrado.
Marcelo, então com apenas quatro anos, cresceu cercado por perguntas sem respostas, silêncios forçados e a ausência dolorosa de um pai que se transformou em um espectro político e familiar. O livro mergulha nessa ausência, resgatando detalhes, documentos e memórias para construir a imagem de um homem íntegro, idealista e amoroso, arrancado brutalmente de sua família.
Mas “Ainda Estou Aqui” não é um livro de acusação formal, tampouco uma reportagem investigativa. É uma tentativa de reconstrução afetiva, de compreensão. Marcelo não escreve com rancor; escreve com uma dor contida e lúcida, que busca manter viva a presença do pai não apenas na memória familiar, mas na memória nacional. O título do livro, aliás, reverbera essa resistência: apesar de tudo, ele – Rubens – ainda está aqui, vivo na lembrança e na história.
A mãe resiliente: o eixo invisível da família
Se o pai representa a ausência, a mãe representa a presença plena, vigorosa e resiliente. Eunice é o fio condutor da família, a mulher que, diante do desaparecimento do marido, decide enfrentar sozinha a criação dos filhos, a administração da casa e a batalha silenciosa contra o esquecimento. Marcelo dedica grande parte do livro a descrever a força da mãe, sua personalidade generosa, bem-humorada, e sua capacidade de não deixar que a tragédia consumisse a vida dos filhos.
Eunice nunca se entregou ao desespero. Mesmo diante da falta de respostas oficiais, da dor inominável de perder o companheiro e do medo constante de represálias, ela conseguiu criar os filhos com afeto e liberdade. É comovente acompanhar os episódios narrados por Marcelo, em que ele destaca o modo como a mãe buscava normalizar a vida, mesmo quando tudo ao redor parecia querer desmoronar.
Além disso, o livro retrata os anos finais da vida de Eunice, já afetada pelo avanço do mal de Alzheimer, que progressivamente apaga suas memórias e sua identidade. Marcelo, então, se vê diante de um segundo luto: o esquecimento que vai consumindo sua mãe, transformando-a em alguém que já não o reconhece. Mais uma vez, a ausência se impõe – mas, desta vez, de forma lenta e irremediável.
O corpo interditado: o acidente e a reinvenção de si
Se a infância de Marcelo foi marcada pela ausência do pai e pela presença combativa da mãe, sua juventude seria atravessada por outro acontecimento traumático: o acidente que o deixou tetraplégico. Em 1979, aos 20 anos, Marcelo mergulha em um lago e sofre uma fratura na coluna cervical. O corpo que até então lhe parecia invulnerável passa a ser uma prisão, um território desconhecido e limitador.
O livro narra com sensibilidade e coragem o processo de adaptação do autor a essa nova condição. Ele descreve as dificuldades físicas, os tratamentos, as dores e os preconceitos que enfrentou. Mas, mais do que isso, descreve também o modo como esse acontecimento o transformou profundamente: o jovem aventureiro e inconsequente precisou amadurecer às pressas, encontrar novas formas de viver e redescobrir a si mesmo.
Nesse processo, a escrita surge como uma ferramenta essencial de sobrevivência. Marcelo escreve para se compreender, para se manter vivo, para resistir. “Feliz Ano Velho”, seu primeiro livro, nasce exatamente desse ímpeto, tornando-se um enorme sucesso literário e abrindo as portas para sua carreira como escritor, roteirista e dramaturgo.
A memória como território de luta
Um dos aspectos mais marcantes de “Ainda Estou Aqui” é o modo como Marcelo Rubens Paiva transforma a memória em um território de resistência e de afeto. Ele escreve para impedir que o esquecimento vença – tanto no plano pessoal quanto no coletivo.
O desaparecimento do pai, o apagamento da história pelo Estado, a doença que consome a mãe: todos esses elementos poderiam levá-lo a uma desistência, a um silêncio conformado. Mas, ao contrário, Marcelo escolhe narrar, escolher reviver, mesmo que isso exija revisitar dores profundas.
O livro é, portanto, uma obra sobre a importância da memória – não como um culto saudosista ao passado, mas como uma forma de garantir o sentido da própria existência. Ao narrar sua história, Marcelo também nos lembra da responsabilidade que temos com as nossas memórias, nossas origens e nossas lutas.
Uma narrativa que emociona e provoca reflexões
Marcelo Rubens Paiva adota uma linguagem direta, sincera, muitas vezes marcada por um humor melancólico e irônico. Não há espaço para o melodrama ou para o vitimismo: ele conta sua história com uma franqueza desarmante, sem jamais se colocar como vítima, mas sempre como alguém que buscou – e busca – dar sentido ao que viveu.
O livro também provoca reflexões importantes sobre a justiça, a política e o papel do Estado na vida dos indivíduos. O desaparecimento de Rubens Paiva continua, até hoje, sem uma solução definitiva, e Marcelo não esconde sua indignação com a impunidade dos responsáveis e com o negacionismo histórico que ainda persiste em parte da sociedade.
Além disso, a obra suscita questionamentos sobre como lidamos com a deficiência, com o envelhecimento e com a doença, especialmente quando afetam aqueles que amamos. A descrição da progressiva perda de memória de Eunice é um dos trechos mais comoventes do livro, revelando a dor silenciosa de assistir alguém que sempre foi um pilar de força se tornar frágil e dependente.
🌫️ Quando tudo parece ter desmoronado... o amor e a memória ainda resistem.
“Ainda Estou Aqui”, de Marcela Leite, é uma história emocionante sobre perdas, reencontros e a força invisível que nos mantém conectados além do tempo. Ideal para quem se emociona com livros como A Cinco Passos de Você ou Para Sempre, essa narrativa profunda nos faz refletir sobre luto, recomeço e o poder de seguir em frente — mesmo quando tudo parece impossível.
📘 Por que ler Ainda Estou Aqui:
Uma história sensível, tocante e impossível de esquecer.
Narrativa envolvente que fala de amor, saudade e superação.
Perfeito para quem busca um romance com profundidade emocional e propósito.
Um livro que conforta e transforma.
🔍 Livro Ainda Estou Aqui – Marcela Leite: romance emocional, superação, luto, recomeço, conexão além da vida.
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